terça-feira, 7 de outubro de 2014

Poesia - Cusquinho Regimento

Cusquinho Regimento

A reiterar fatos verdadeiros
Em minha ideologia caipira
A própia realidade se inspira
Em tempos remotos e infindos
Que um dia afloraram-se tão lindos
Na concepção de meus sonhos.

Dias que se divisaram risonhos
Como pétalas perfumosas de uma flor
Que extinguiram-se pelo calor
A se espalhar pelo caminho
Formando uma corrente de carinho
Entre a inocência e o amor.

Recorrer a nossa infância
Na sincronia de uma emoção
É sintetizar com exatidão
O que nos fez feliz um dia
Que nos proporcionou paz e alegrias
No porvir de um amanhacer.

Também em belos momentos de prazer
Neste resgate que não se contradiz
Quando a gente ao sentir-se feliz
Na afirmação mais pura e sincera
Reincorpora o passadismo e reitera
Que rememorar é a o mesmo tempo reviver.

A completar quatro anos de idade
Lembro que ganhei de presente
O que me deixou feliz e contente
E que não me cai no esquecimento
Daquele mágico momento
Em que chegou o meu padrinho
Trazendo um belo cãozinho.

Quando me alcançou pela janela
Com a pelagem amarela
O que recebi com tanto zelo
Tinha uma coleira branca de pelos
Ocasião em que recebeu o nome de Regimento.

Foi o presente mais divino
Que eu poderia receber
Em minha maneira de entender
Ou na ciência oculta da magia
De onde se integrou a própria sabedoria
Junto a emoção que se empilha.

No entanto integrou-se a famíla
Independendo da originalidade
Como se fosse meu irmão de verdade
A cumprir seu longo e mágico papel
Onde tornou-se o companheiro mais fiel
A me proteger com denodo e galhardia.

Sempre fui menino humilde
Como a situação identifica
E o bom senso simplifica
Quando a notoriedade não falha
Como Deus protege a quem trabalha
Na verdade contei com total proteção.

Dentro da mais imprevista situação
Ou nos mais indeterminados momentos
Recebi a leal companhia do Regimento
Como uma estrela que indica
E o companheirismo exemplifica
Neste meu real e natural rudimento.

Aquele cusquinho meia cauda
Tornou-se de extrema confiança
Brincando e correndo entre as crianças
Numa sensibilidade incontida
Passou a fazer parte de minha vida.

Mas quando a levar um pisão
A demonstrar a sua insatisfação
Transformava-se de repente
Rusgando e mostrando os dentes
A insinuar completa valentia
Quando apenas eu conseguia
Sensibilizar este meu cão.

Em tardes de intensa cerração
Pelos mais diversos caminhos
Na sensibilidade de não estar sozinho
Em minha ilusão de criança
Eu me sentia com extrema confiança
Quando ainda escuto o mágico tropel.

Hoje a pintar este histórico painel
Daquele cusquinho tranquiando comigo
Como quem diz “permaneço contigo”
Sem vacilar em um único momento
Por isso acredito que o Regimento
Sempre foi o meu amigo mais fiél.

Mas se nós tivermos outras vidas
Assim como pregam os espiritualistas
Será então mais uma grande conquista
Em poder retornar de novo
Mesmo a ser velho ou ser novo
Quando nossas vidas não teriam fim.

Então, como uma continuação enfim,
Sem perder no entanto o rumo a final
Talvez buscando-se um único ideal
Talvez seguindo-se uma mesma ideologia
Quando nesse segmento pra Deus pediria
Em eternizar este cãozinho, junto a mim.


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