Cusquinho Regimento
A
reiterar fatos verdadeiros
Em
minha ideologia caipira
A
própia realidade se inspira
Em
tempos remotos e infindos
Que
um dia afloraram-se tão lindos
Na
concepção de meus sonhos.
Dias
que se divisaram risonhos
Como
pétalas perfumosas de uma flor
Que
extinguiram-se pelo calor
A
se espalhar pelo caminho
Formando
uma corrente de carinho
Entre
a inocência e o amor.
Recorrer
a nossa infância
Na
sincronia de uma emoção
É
sintetizar com exatidão
O
que nos fez feliz um dia
Que
nos proporcionou paz e alegrias
No
porvir de um amanhacer.
Também
em belos momentos de prazer
Neste
resgate que não se contradiz
Quando
a gente ao sentir-se feliz
Na
afirmação mais pura e sincera
Reincorpora
o passadismo e reitera
Que
rememorar é a o mesmo tempo reviver.
A
completar quatro anos de idade
Lembro
que ganhei de presente
O
que me deixou feliz e contente
E
que não me cai no esquecimento
Daquele
mágico momento
Em
que chegou o meu padrinho
Trazendo
um belo cãozinho.
Quando
me alcançou pela janela
Com
a pelagem amarela
O
que recebi com tanto zelo
Tinha
uma coleira branca de pelos
Ocasião
em que recebeu o nome de Regimento.
Foi
o presente mais divino
Que
eu poderia receber
Em
minha maneira de entender
Ou
na ciência oculta da magia
De
onde se integrou a própria sabedoria
Junto
a emoção que se empilha.
No
entanto integrou-se a famíla
Independendo
da originalidade
Como
se fosse meu irmão de verdade
A
cumprir seu longo e mágico papel
Onde
tornou-se o companheiro mais fiel
A
me proteger com denodo e galhardia.
Sempre
fui menino humilde
Como
a situação identifica
E
o bom senso simplifica
Quando
a notoriedade não falha
Como
Deus protege a quem trabalha
Na
verdade contei com total proteção.
Dentro
da mais imprevista situação
Ou
nos mais indeterminados momentos
Recebi
a leal companhia do Regimento
Como
uma estrela que indica
E
o companheirismo exemplifica
Neste
meu real e natural rudimento.
Aquele
cusquinho meia cauda
Tornou-se
de extrema confiança
Brincando
e correndo entre as crianças
Numa
sensibilidade incontida
Passou
a fazer parte de minha vida.
Mas
quando a levar um pisão
A
demonstrar a sua insatisfação
Transformava-se
de repente
Rusgando
e mostrando os dentes
A
insinuar completa valentia
Quando
apenas eu conseguia
Sensibilizar
este meu cão.
Em
tardes de intensa cerração
Pelos
mais diversos caminhos
Na
sensibilidade de não estar sozinho
Em
minha ilusão de criança
Eu
me sentia com extrema confiança
Quando
ainda escuto o mágico tropel.
Hoje
a pintar este histórico painel
Daquele
cusquinho tranquiando comigo
Como
quem diz “permaneço contigo”
Sem
vacilar em um único momento
Por
isso acredito que o Regimento
Sempre
foi o meu amigo mais fiél.
Mas
se nós tivermos outras vidas
Assim
como pregam os espiritualistas
Será
então mais uma grande conquista
Em
poder retornar de novo
Mesmo
a ser velho ou ser novo
Quando
nossas vidas não teriam fim.
Então,
como uma continuação enfim,
Sem
perder no entanto o rumo a final
Talvez
buscando-se um único ideal
Talvez
seguindo-se uma mesma ideologia
Quando
nesse segmento pra Deus pediria
Em
eternizar este cãozinho, junto a mim.
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